Acredito que um post não seria suficiente para falar
sobre esse universo ao qual passei a pertencer. Essa montanha-russa ou
redemoinho de emoções, escolha o termo mais apropriado. Depois de um tempo
nessa jornada, percebi que compartilhar com outras mulheres, tendo mães como
maioria, pode ser enriquecedor e confortante. Não sou de me abrir ou dividir
minhas fragilidades. Daí a demora a chegar a essa conclusão.
Sempre observei outras mulheres
dizendo o quanto se sentiam cansadas ou como gostariam de um tempo para si em
meio a rotina diária com a família e para mim, soava como reclamação e uma
tentativa de fuga. Só que agora que sou desse time, entendo melhor como se
sentem e que nós não queremos nos livrar dos nossos filhos nem
estamos abrindo mão das nossas responsabilidades.
Queremos apenas um momento só
nosso, para descansar a mente e o corpo, assistir aquele seriado bobo que só
nós gostamos, comprar aquele vestido, dormir por 8 horas ininterruptas (nesse
quesito não tenho motivos para reclamar, graças a Deus!), beber aquele vinho
olhando para o teto. Fazer nada. Que luxo é não fazer nada.
Antes de ser mãe, gostava muito
de uma sonequinha e tinha plena consciência de que não seria tão frequente
com um bebê em casa. Acabei desenvolvendo a incrível capacidade de
descansar sem dormir. Quinze minutos deitada, me renova para voltar às
atividades. Jamais pensei que fosse possível! Logo eu que amava dormir. O Globo Repórter deveria falar sobre isso.
Desde que nasceu, Aninha nunca
deu trabalho ou precisou que eu passasse madrugadas acordada e sou muito grata
por isso. Porém tive um pós-parto muito turbulento com as crises de TPB da
minha mãe. Foi um período difícil e estive prestes a passar o resguardo fora de
casa para ter mais tranquilidade.
Superado esse momento, meses
depois, veio o que suspeitei ser a depressão pós-parto. Sentia um esgotamento
emocional tão grande que me sentia prostrada, era paralisador. Lendo e me
informando mais, entendi que era ok se sentir assim e não estava deprimida . Tudo é muito novo. TUDO! A
rotina da casa muda, os relacionamentos mudam, seu corpo, sua mente, suas
responsabilidades. Com isso, somos rodeadas pela expectativa externa para
sermos o ser humano perfeito, opiniões sobre o que seu filho deve comer, os
brinquedos que deve ter, um sem número de questões que não queremos responder.
E tem as visitas, elas não podem ver nossa casa bagunçada! Pessoas que nunca
nos visitaram, agora passam a frequentar nossa casa para ver o bebê, não você. Tenho em grande estima quem trouxe um lanchinho ou veio ajudar a manter a casa
em ordem nesse período, não por obrigação em troca da visita, mas pelo carinho com uma mulher
que apesar de adulta, nesse momento é tão frágil e carente de cuidados como o
bebê que acabou de nascer.
Às minhas amigas passando por
esse momento maravilhoso e desafiador, fiquem firmes! Sei que dizer isso não torna menos cansativo, mas pense que cada ciclo da vida tem seus desafios.
Pare por 5 minutos para pensar no quanto você cresceu nesses últimos meses/anos.
Nos tornamos mais fortes, mais bonitas (ainda que tenhamos resistência em
reconhecer) e mais sábias.
A todos que convivem com essas supermulheres,
amem, abracem, perguntem como foi o dia, como podem ajudar, como tornar a
rotina mais leve e com frequência perguntem o que poderiam fazer para que elas
se sintam bem? É tudo o que gostaríamos de ouvir.